Crescimento no setor leiteiro no Brasil.
O crescimento da pecuária leiteira no Brasil sofreu grandes alterações nas últimas três décadas. Nos anos 70, esse crescimento era explicado pelo aumento do número de vacas. Já nos anos 80, os ganhos de produtividade e o aumento do número de espécies ordenhadas explicavam, em igual importância, o crescimento da produção. Entretanto, nos anos 90, o fator mais importante para o crescimento da produção foi o aumento da produtividade.
O crescimento da pecuária leiteira no Brasil sofreu grandes alterações nas últimas três décadas. Nos anos 70, esse crescimento era explicado pelo aumento do número de vacas. Já nos anos 80, os ganhos de produtividade e o aumento do número de espécies ordenhadas explicavam, em igual importância, o crescimento da produção. Entretanto, nos anos 90, o fator mais importante para o crescimento da produção foi o aumento da produtividade.
Os crescentes índices dos anos 90, mais de 5% ao ano, refletem as mudanças estruturais verificadas nos sistemas de produção. Maior abertura comercial, desregulamentação do mercado de leite, queda da inflação, maior interação da cadeia produtiva com coleta a granel e o espaço conquistada pelo leite longa vida foram fatores que contribuíram para as mudanças estruturais verificadas.
Aliada a essas variáveis econômicas, não se pode deixar de reconhecer o importante papel da pesquisa agrícola, cujas inovações tecnológicas permitiram aumentos de produtividade. O professor Sebastião Teixeira Gomes comenta sobre as mudanças nas fontes de crescimento da produção, que contribuíram para alterar participações relativas dos diversos grupos de produtores na produção total (GOMES 2000).
Outro importante fator para aumento na produção brasileira de leite é o aumento do consumo do produto fluido no país. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) estima que o Brasil terá um consumo de 155 kg por habitante por ano em 2010. Analisando o consumo de leite fluido, leite em pó integral e desnatado o consumo em 2000 foi de pouco mais de 70 kg por pessoa ao ano, frente aos 60 kg em 2008.
Esses dados mostram que o consumo do leite fluido não está aumentando. Cresce a venda de derivados como manteiga, iogurtes, queijos e outros. Entretanto, existe uma carência nacional muito grande em programas de incentivo ao consumo diário de leite fluido, pois esse vem sendo substituído por sucos e refrigerantes, preferências entre populações mais jovens.
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Embrapa Gado de Leite
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Sistema de Manejo Adotado na Produção
Produção de Leite Através do
Cruzamento de Raças
O Brasil produziu 30 bilhões de litros em 2010
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Sistema de Manejo Adotado na Produção
de Leite Mostra Bons Resultados
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Cruzamento de Raças
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Dicas Para Conservação do Sêmen e
Embriões Bovinos
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Tristeza Parasitária Bovina
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Cenário Pecuária Brasileira
O Brasil produziu 30 bilhões de litros em 2010
Nas últimas estatísticas do IBGE foram estimados que no Brasil, em 2010, a produção chegou a 30,7 bilhões de litros de leite. Se a taxa de crescimento se mantiver próxima de 5% ao ano, fechamos 2011 com 32,3 bilhões de litros de leite. Esse volume nos mantém entre os cinco países com maior produção de leite no mundo, que são Estados Unidos (85,8 bilhões), Índia (45,1 bilhões), China (35,5 bilhões) e Rússia (32,3 bilhões), considerando só o leite de vaca. No País, a maior produção de leite está em Minas Gerais, seguido por Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Santa Catarina, São Paulo, Bahia e Pernambuco. As mudanças de 2009 para 2010, em termos percentuais, tiveram uma variação muito grande. Alguns estados reduziram a produção e outros aumentaram em até 16,3%. Os estados que reduziram foram Pará, Acre, Rio Grande do Norte e Alagoas. Os que mais cresceram, em termos absolutos, foram Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Santa Catarina (Figura 1), que são os principais estados produtores de leite. Esse fato indica que a pecuária de leite tem-se especializado, tornando mais forte a vocação de algumas regiões onde a atividade está mais concentrada. O aumento do volume total de leite foi de 1,6 bilhão de litros, no último ano.
Figura 1. Crescimento da produção de leite em alguns estados brasileiros, 2009 / 2010. (Valores expressos em milhões de litros por ano)
Apesar do constante crescimento, a pecuária leiteira desenvolvida no País ainda não tem um padrão de produção, a heterogeneidade dos sistemas é muito grande e ocorre em todos os estados, que contam com propriedades de subsistência, com produção inferior a dez litros/dia até sistemas comparáveis aos mais eficientes do mundo. Com o objetivo de caracterizar as regiões onde há concentração da pecuária leiteira, as microrregiões foram ranqueadas e separadas em quatro grupos de acordo com a produção de leite por área, onde cada conjunto, independentemente do número de microrregiões, produziu 25% do leite brasileiro. Os grupos foram classificados em alta produção, média alta, média baixa e em baixa produção de leite, como se observa na Figura 2.
Figura 2. Distribuição geográfica de microrregiões produtoras de leite no Brasil, 2010.
Na Figura 2 se observa na distribuição geográfica das microrregiões com maior ou menor produção de leite formaram quatro grandes regiões produtoras de leite, quando se exclui o grupo de baixa produção (Figura 3). Essas regiões podem ser caracterizadas da seguinte forma:
a) Região A– Localizada no Sudeste, abrange o Sul/Sudoeste, Oeste, Central, Zona da Mata, Campo das Vertentes e Vale do Rio Doce do Estado de Minas Gerais e as regiões limítrofes com São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Nessa região se destacaram 83 microrregiões que produziram 9 bilhões de litros, que representam 28% do leite brasileiro. O rebanho produtivo (vacas ordenhadas) foi formado por 5,8 milhões de cabeças e a produtividade animal foi de 1.547 litros/vaca/ano.
b) Região B- A segunda grande região produtora, que está unida à Região A, é formada por todo o sul do Estado de Goiás, o Triângulo Mineiro e o noroeste de São Paulo. É formada por 24 microrregiões, com produção anual de 4 bilhões de litros de leite e rebanho de 3 mil cabeças. A produtividade é, em média, de 1.322 litros/vaca/ano.
c) Região C- no Sul do País concentra-se o maior número de microrregiões mais produtivas, com as mais altas densidades de produção, localizadas principalmente no norte do Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina e sudoeste do Paraná. Nessa grande área produtora se destacaram 60 microrregiões, que produziram cerca de 10 bilhões de litros, que representaram 30% do leite brasileiro. O rebanho estimado é de 3,7 milhões de cabeças e a produtividade média de 2.628 litros/vaca/ano. Os três estados que compõem a Região Sul aumentaram 654 milhões de litros de leite de 2009 para 2010.
d) Região D- a outra região leiteira do País que se destacou foi a do Nordeste, principalmente no Agreste dos Estados de Alagoas (Batalha e Palmeira dos Índios), Pernambuco (Vale do Ipanema, Garanhuns e Médio Capibaribe) e o Sertão de Sergipe (Sertão de São Francisco e Nossa Senhora das Dores). As microrregiões destacadas no mapa produziram 1,4 bilhão de litros de leite anuais (4% do volume brasileiro), possuem aproximadamente um rebanho de 900 mil cabeças e a produção por vaca por ano foi de 1.613 litros.
Figura 3. Áreas de concentração de produção de leite no Brasil, 2010.
O leite é um produto importante para o País e o cenário mundial é favorável; entretanto, para que a atividade seja sustentável e competitiva, grandes desafios devem ser vencidos, principalmente no setor produtivo. O primeiro deles, conhecido por todos, é em relação à produção de leite com qualidade, em que a CCS e CBT atuais ainda não é a desejável para o mercado interno e externo. Outro desafio é sobre a eficiência dos sistemas de produção, em que a incorporação de tecnologias, produtos e processos é lenta.
Fonte: artigo original do informativo Panorama do Leite - Embrapa Gado de Leite
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