Oportunidades de negócio e alternativas à seca nas pequenas propriedades serão os temas do 1º Encontro do Fórum Paraibano de Bovinocultura Leiteira. Mesmo com a grande produção, a prospecção é de um déficit de 40 milhões de litros/ano no consumo, determinada por uma demanda paraibana de 220 milhões de litros.
Oportunidades de negócio e alternativas à seca nas pequenas propriedades serão os temas do 1º Encontro do Fórum Paraibano de Bovinocultura Leiteira, que acontece dia 26 de abril em CAMPINA Grande, Paraíba. O Estado produz 180 milhões de litros de leite/ano, com cerca de 15 milhões de litros/mês destinados à produção de queijo e um mercado em ascensão. Mesmo com a grande produção, a prospecção é de um déficit de 40 milhões de litros/ano no consumo, determinada por uma demanda paraibana de 220 milhões de litros.
Os mais de 200 participantes terão a missão de reivindicar e sugerir medidas que evitem as mazelas da seca, como aconteceu em anos passados. O evento abordará como primeiro ponto uma suposta situação crítica e os caminhos que devem ser seguidos para promover apoio governamental aos produtores desse mercado. Também deverão ocupar a programação debates sobre as agroindústrias que consomem a maior parte do leite produzido em todo o estado.
Programa do Leite
Outra temática é a questão mercadológica. O Programa do Leite tem se apresentado não apenas como o instrumento comprador, mas principalmente como um ferramenta reguladora de preço, segundo o coordenador do Programa do Leite do estado, Aldomário Rodrigues. “O custo de produção hoje está muito maior do que o preço pago pelo governo pelo litro de leite. Esse é o momento também de discussão de realinhamento de preço”, completou.
Para o produtor rural, o encontro vai ajudar a dimensionar as demandas e a forma como as instituições podem atuar em conjunto com eles para se garantir seu suprimento. “A gente tem um programa que adquire 120 mil litros de leite/dia. Hoje, ele tem um desabastecimento considerável e ameaça de perda. Os produtores estão perdendo renda”, assinala o gerente de agronegócios e territórios do Sebrae Paraíba, Antônio Felinto Neto Felinto.
Segundo ele, isso também gera problemas para o governo estadual que não consegue atender a demanda de abastecimento prevista para o governo federal. “Trata-se de somar esforços como uma oportunidade econômica. Um dos pontos do fórum é garantir o suprimento do Programa do Leite. Vamos trabalhar fortemente, sobretudo no Agreste paraibano, onde essa defasagem é maior”, explica o gerente do Sebrae Paraíba.
Febre aftosa
Um dos maiores problemas da Paraíba na bovinocultura é o risco de febre aftosa. Mas, segundo Felinto, o estado saiu da condição de risco desconhecido para risco conhecido há praticamente dois anos. “No Nordeste, nós só temos dois estados que estão fora dessa situação de risco, a Bahia e o Sergipe. A Paraíba poderia contornar uma situação de seca se pudesse manter os bichos em outros estados, mas o Ministério da Agricultura não permite mais por causa das incidências com a febre”, explicou. O governo do estado trabalha com 111 associações de bovinocultores leiteiros, todos assistidos pelo Programa do Leite. Além desses, duas grandes cooperativas, a Cooperativa do Cariri e a CoLeite do Sertão, também trabalham pelo programa. Outras pequenas cooperativas são da caprinocultura, outra atividade apoiada pelo programa.