sábado, 28 de abril de 2012

Fazendas são vitrines tecnológicas da pecuária moderna



Melhoramento genético e manejo elevam a precocidade do rebanho






Em Guararapes, cidade distante 15 quilômetros de Araçatuba, o pecuarista Gilson Katayama, que outrora foi o maior criador de gado Marchigiana do país, apresentou durante o Road In Farm, mapa da Genética que acontece na região de Araçatuba (SP) durante os dias 27, 28 e 29 de março, o programa de melhoramento e seleção que desenvolveu em seu plantel, hoje com cerca de seis mil cabeças. "O nosso programa é um rigoroso sistema intrarrebanho, destinado à produção e seleção a pasto de matrizes e reprodutores da raça nelore", explica Katayama. "Para a pecuária de corte, utilizamos material genético de ponta para a produção de bezerros precoces". Na fazenda, todos os animais são recriados em pastos adubados e rotacionados. "Eu tenho que produzir capim de ótima qualidade antes de querer criar um bom rebanho", destacou o pecuarista.

O programa de melhoramento de Katayama recebeu o nome de PKGA+, Programa Katayama de Genética Avaliada, e é a Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP) e membros do Gensys, por meio da Conexão Delta G, quem avalia os animais. Esta seleção, segundo Katayama, é feita em suas etapas. A primeira, avaliação fenotípica e de desempenho de animais jovens, e a segunda, avaliação genotípica, com uso de DEP's (taxas que indicam a capacidade de o animal transmitir suas boas características aos descendentes) para a seleção de touros e matrizes que serão os patriarcas das próximas gerações.

Na fazenda Granja Katayama, Gilson também trabalha com suinocultura, ovinocultura e produção de ovos. "Os sistemas de integração e rotação de pecuária bovina e ovina é benéfico para o controle parasitário em toda a fazenda", explica o professor da USP, José Bento Sterman Ferraz. "Manejo adequado é fundamental para garantir os investimentos em melhoramento genético".
A pecuarista Adriana Zancaner Aranha, herdeira de um dos mais tradicionais pecuaristas de Araçatuba, Arnaldo Zancaner, contou que trabalha em busca da eficiência produtiva desde os anos 1960, uma época em que "ninguém falava disso, mas meu pai sempre teve esta preocupação", diz. Adriana e o marido Flávio Aranha, assim como sua irmã Patrícia e seu marido Michel Caro, deram continuidade do trabalho de Arnaldo.


Hoje, o Nelore Zan é um dos rebanhos mais respeitados do país. Quando Arnaldo Zancaner faleceu, a família dividiu a fazenda. "Então, passamos a investir alto em melhoramento genético e seleção para agregar valos aos negócios", explica Aranha. "Além da genética, um manejo adequado é fundamental para um bom rebanho", complementa o cunhado, Caro. "São duas atividades que se complementam na busca da eficiênciaa produtiva de um plantel".


Os bezerros do rebanho Zan nascem no pasto e ficam junto à mãe até sete meses, quando desmamam. Neste período, devem pesar aproximadamente entre 200 e 250 quilos, considerado um peso ideal para um bom animal. Em seguida, no período que antecede os meses de seca (abril, maio e junho), são levados ao confinamento e passam a se alimentar de capim e suprimentos para engorda. Após o período crítica de seca, as fêmeas voltam aos pastos e os tourinhos passam a receber alimentação concentrada para crescer, até atingirem 600 e 650 quilos aos 24 meses de idade, em meados de setembro ou outubro, quando são vendidos em leilões.



       Vendas

 Cada uma das fazendas citadas vai realizar quatro leilões até o final do ano. Gilson Katayama vai vender seus animais em 21 de maio, 18 de agosto, 20 de agosto e 4 de outubro. Adriana e Flávio, da Fazenda Bela Alvorada, ao ao pregão em 16 de julho, 20 de agosto, 1 de setembro e 15 de setembro, e Patrícia e Michel, da Fazenda Bonsucesso, em 1 de maio, 16 de julho, 20 de agosto e 29 de setembro. "Aumentamos a grade de leilões neste ano. A procura é grande, o que indica que os pecuaristas estão caminhando junto à evolução, estão entendendo que é preciso investir cada vez mais em eficiência produtiva", acredita Katayama que, aliás, não tem mais nenhuma cabeça de gado Marchigiana.
Fonte: Portal G1 Globo Rural

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